Quão vão é imaginar a potência de teu Amor. Quão vão é esse tal saber que um dia te podia entender... todo o meu sorriso, todas as minhas lágrimas, te são incondicionais, e isso eu não entendi... Isto tudo me apresentas-te como verdade, como infinitude de teu Amor Absoluto...
Tudo isto que é este mundo imaginário, todo este esquecimento de tua presença que se afunila numa vaga esperança de te encontrar alhures, tudo isto que se sente neste corpo de aparente fragilidade, seja o que for tudo isto, tem o Dom de tuas mãos Glorificadas, tudo...
Foi de chinelos simples que te sentas-te ao meu lado, me chamando, me abraçando, me aconchegando, de trajes Brancos enriquecidos em Luz, que me iam mostrando os cálices que bebi na ronda adormecida. Hoje não me culpo... tudo teve, em cada um desses cálices, uma chave, um código universal para que o todo se encontra-se no todo, mas teu doce sentar a meu lado, meigo e atraente, me fez redimir, em dor é certo, muitas vezes em pranto desesperado, mas sempre do lado estavas, sorrindo, em silêncio Unificado que de tua Divina Face me emanava... Foste o único ombro isente de orgulho que senti neste retorno a ti. Foste e serás sempre a Luz Azul de minha gota oceânica, que fez mergulhar todos os meus pés sem caminho, a teus pés Universais e iluminados.
Não foram dias fáceis, as noites se transformaram em dias, e os dias em noites, emerso na inutilidade que me sentia neste cosmos, e do porquê de minha existência. Só tu sabes quantas vezes quis deixar de existir, ali acho que foi minha entrega total, entregar minha existência a Ti, e unicamente a ti. Deixar de existir era tudo o que desejava na tempestade desses dias, mas a tua brancura nunca me deixou, mesmo sabendo de tais pensamentos odiosos e ignorantes de minha ilusão, nunca me abandonas-te.
A cruz que carregas-te por todos os teus irmãos, foi pesada, mas em cada conversa no silencio, me contavas cada passo dessa caminhada, e o vórtice branco que iluminava este mundo do sonho fértil...
Oiço ainda as vezes que me chamavas para ver o Mar, e era ali, a cada vez desse encontro, teus braços me indicavam o horizonte do oceano ilimitado.
Em lágrimas é certo, me fui levantando, cada cruz que fui abraçando, era mais pesada que a outra, foram várias, cada uma tinha um tom diferente, e me lembro que a primeira era feita de ouro, algumas de bronze, e as de ferro me deixas-te para o final, aquelas onde a força de meu coração poderia suportar. Vi aguarelas no céu também, me aliavas assim, me mostrando sempre o horizonte de cores puras, mas meu corpo em certas alturas, não era mais um corpo, não o sentia mais, ele se começava a dissipar naquele Mar de teu vestido imaculado. Eu não posso negar que em certos momentos, não me sentia merecedor de tua presença ígnea a meu lado, mas num determinado êxtase de presença, eu via que afinal , eu nunca tinha sido eu, e este corpo nunca tinha sido meu, e este coração era a tua presença neste Sol.
Hoje me tens por completo, eu e tu somos Um... este falar e este escrever são teus, não posso nada fazer em relação a isso, me tomas-te para ti, eu nada posso mais, porque o que poderia eu fazer perante o Azul de teu Oceano?....
Desejo ou medo não me são perceptíveis, e em minhas mãos tu fazes, em meus olhos tu vês, e quando canto, todos os sons são dirigidos pela tua presença...
Grato Amado... minha existência é tua, neste Universo infinito sou apenas gota da tua Paz, sou apenas semente de teu canteiro, sou aquele Absoluto por onde vives... me abençoas a cada respirar... Glória... Graças... Um.. Amor... Amo-te...
Helder Santos ( आग दिल )