O medo advêm da projeção da mente, ela se projetou do Ser, e esqueceu a sua origem. O medo então surge neste esquecimento, onde a mente borbulha nos objetos, tentando encontrar a sua Fonte, a sua origem. Ela busca na sua própria projeção a fonte de tudo, ela não concebe, em sua limitação, que a Fonte esteja além da sua capacidade. Nesta limitação ela invoca este mecanismo de medo,projetivo e logo irreal, de regressar a algo que ela, devido a seu esquecimento, ela não conhece e tem medo, pois será a sua morte, pra ela a morte, pois perde o poder da projeção objetiva.
No momento que ela entrega a sua busca, rendendo a sua limitação ao não movimento, ao silêncio absoluto, tanto das palavras, como do movimento desta força que gera os pensamentos, um processo de mistificação, de absorção de todos os campos efêmeros começa a acontecer. O Ser Real, que nunca se moveu dali, em seu silêncio e Amor, absorve e transubstancia a projeção, à presença imorredoura. A substancia esquecida, se casa então com a originalidade da Luz Pura, a Presença Divina e Absoluta.
Somente a renuncia definitiva e completa à sua objetivação, se entregando ao silêncio, á porta de toda a luz, ela se pode fundir e dissolver, não havendo lugar para Dois, ela e o eterno, pois a Unidade é a existência real do todo.
A Presença da Existência Divina, regressa a este Sol, não que algum dia tenha saído, mas ela absorve todo o campo projetado, ao Amor silencioso da Fonte, e esta projeção, tal como o projetor, se dissolvem nesta presença, devolvendo a total lucidez ao Ser Original. Eis que a projeção termina, eis que a Presença do Amor, ou o Cristo de tudo, se instala definitivamente neste Sol, dissolvendo e ascendendo a consciência projetada, à luz Original...
Quieto e silencioso é a porta para o que sempre foste de toda a eternidade...
Helder Santos (आग दिल)